Todo mundo sofre. E sofrimento não é coisa que se mede com termômetro. E não perguntem de qual tamanho é a dor que cada um sente. É a dor de cada um. À ninguém cabe dimensionar, talvez nem quem sente, saberia fazê-lo. Ninguém pode sequer ver. Mas é do egoísmo humano achar a sua dor sempre maior que a do outro. O que, cá entre nós, é um deboche diante do sofrer alheio. Eu sou dessas que não gosta de dizer que sofre, não porque esteja imune a isso e sim, porque acredito que a informação é, quase sempre, irrelevante. É claro que diria a uma pessoa que me magoa, o quanto ela incomoda, numa tentativa de não sofrer de novo. Nada mais. É mais fácil correr, substituindo essa dor por algo insensível. É muito mais fácil fugir, do que encarar toda essa dor sozinho. Alguns ferimentos tão profundos, nunca mostrados, nunca desaparecem. Se eu pudesse mudar, eu o faria, tirar a dor, eu tiraria. Queria te abraçar forte e tirar sua dor para longe, porque te vendo assim, me deixa quebrada e não me sinto forte o suficiente, eu não me sinto bem. Eu realmente preciso me mover, quero te abraçar forte e roubar sua dor. Queria poder curar toda essa dor que há em você, queria poder fazer os seus olhos brilharem novamente, vendo um novo rumo, um novo horizonte. É mais ou menos assim que vivo meus dias de sofrimento: Sem luto, sem deixar para dar sorrisos quando tudo passar. Talvez por isso zombem do tamanho da minha dor, mesmo ela doendo mortalmente. Que a dor não é dor para quem não a sente.