ㅤㅤㅤㅤㅤ L o o s eㅤT h o u g h t s

Feliz pelas janelas que não falam. Se dissesse, não gênio, te contaria que eu sei sim, no fim das contas, fazer sorrir. Não falo de gritos, do que não conheço, coisas idênticas. Talvez todas as grandes vias sejam iguais, se você reparar bem nas luzes – não estou falando de estrelas – será que você repara? (...) Pela primeira vez, basta o silêncio.

Às vezes o mais difícil é recomeçar. A te deixar o rosto, a perder o teu rosto. Sinto agora mais só do que nunca. O vazio no meu peito é tão grande que quase consigo ouvir o eco da solidão que carrego comigo. São dias longos, estes que me varrem a alma e a deixam tão pequena que eu quase não caibo nela. Mais uma vez, as lágrimas correm o peito sem que alguém as veja, sem que alguém note que eu não estou por trás do olhar que carrego e eu não percebo porque ninguém me vê chorar. Devia haver um aparelho para medir a dor, qualquer coisa que, a certo momento, dissesse: "Esta pessoa atingiu os seus limites de dor e se ninguém a ajudar, em breve ela não vai conseguir manter viva". Porque, certamente, a dor tem os seus limites e, certamente, ninguém pode viver com tanta dor. A minha é a maior de todas, a minha solidão é a mais imensa, porque mais ninguém é igual a mim. É mais do que uma dor, é angústia, uma angústia que me corre nas veias e que me percorre o corpo. Sinto nas pontas dos dedos e tento passá-la para o papel, mas é impossível, não há, no mundo inteiro, palavras que cheguem para a minha dor e eu só espero que a noite venha e me adormeça outra vez.

Não há dia cinzento tão pesado como o meu coração, nem cemitério tão vazio como o meu peito. Não há, sequer, melodia tão triste como os meus olhos.

Publicar um texto é o meu jeito educado de dizer: "Me empresta seu peito, porque a dor não tá cabendo só no meu".

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